Tribalistas (2002)

Ficha Técnica

Produzido por: Marisa Monte

Co-produção: Alê Siqueira, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown

Direção de produção: Leonardo Netto

Gravado por: Alê Siqueira (com exceção de Já Sei Namorar, Velha Infância e Carnavália, gravadas por Antoine Midani)

Gravações Adicionais: William Jr

Produção executiva: Suely Aguiar

Assistente de Estúdio: Marcio Barros

Assistente de Produção: Lívia Monte

Mixagem: Alê Siqueira, Flavio de Souza e Marisa Monte

Pré-masterização: Estúdio Ar (Assistente Leonardo Moreira)

Masterização: Ricardo García (MagicMaster)

Imagens: Vik Muniz @ Vik Muniz Studio, New York City (com assistência especial de Cleverson)

Projeto Gráfico: Leonardo Eyer

Designers Gráficos Assistentes: Gustavo Lacerda e Eliane Lazzaris

Cifras: Cézar Mendes e A’lê Siqueira

Gravado no Rio de Janeiro entre 8 e 24 de abril de 2002

Faixas

Sobre o Álbum

Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte, nos últimos dez anos, cruzaram inúmeras vezes suas vidas profissionais em composições, gravações, produções de discos e shows.

Março de 2001 – Salvador/ Bahia

Carlinhos Brown produzia (junto com Alê Siqueira) no seu estúdio Ilha dos Sapos, no Candeal, o disco “Paradeiro”, de Arnaldo Antunes. Eles convidaram Marisa Monte para ir gravar uma participação especial dividindo com Arnaldo as vozes da faixa-título deste disco, uma parceria dos três. A gravação foi rápida, mas Marisa foi ficando com eles a semana toda, compondo e tocando intensamente. No final, os três tinham feito juntos por volta de 20 músicas.

Marisa voltou ao Rio de Janeiro e retomou a excursão do show “Memórias, crônicas e declarações de amor”, que foi gravado em DVD e lançado no final do ano, incluindo uma participação de Arnaldo cantando com ela “Paradeiro”. Arnaldo lançou o CD em outubro e iniciou uma grande excursão. Carlinhos dedicou-se à produção dos discos da Timbalada e de Margareth Menezes.

Nesse período, entre telefonemas e encontros rápidos, aprimoravam as composições e acalentavam o sonho de um dia poderem gravar um disco juntos.

Abril de 2002 – Rio de Janeiro/ RJ

Marisa tinha terminado de produzir o disco de Argemiro Patrocínio, Arnaldo abria uma brecha em sua agenda de shows para finalizar e lançar seu livro “Palavra desordem” e Carlinhos encerrava seu contrato com a gravadora EMI e teria um mês antes de iniciar os preparativos para a gravação do seu primeiro disco para a BMG-Espanha, destinado ao mercado internacional.

Era o momento. As agendas se acomodaram e, em 8 de abril, eles entraram em estúdio. Ensaiaram 2 dias e gravaram nos outros l3 dias seguintes, uma música por dia, da base às vozes, l3 canções inéditas originárias do repertório composto há um ano atrás em Salvador.

No estúdio, apenas dois músicos convidados: Dadi Carvalho e Cézar Mendes, que, assim como eles, participariam de todas as faixas e tocariam todos os instrumentos que achassem necessários, além da participação especial de Margareth Menezes em uma canção na qual ela também é parceira.

Para registrar as imagens, pensando a princípio em ter no mínimo material para divulgação, registro afetivo e talvez um videoclipe, foi convidada a Trattoria di Frame. Guilherme Ramalho montou com a camera-woman Dora Jobim uma estrutura com 3 câmeras mini-DV, captando em tempo integral todo o processo de gravação. O resultado foi tão surpreendente e encantador para todos que acabou virando um DVD.

Os meses de maio e junho foram dedicados a finalização e mixagem por Marisa Monte, Alê Siqueira e Flávio de Souza. Em junho de 2002 o CD “Tribalistas” estava pronto.

A decisão de lançar o CD e o DVD juntos fez com que o lançamento fosse programado para novembro. Cinco meses foram consumidos na edição e finalização do DVD, incluindo a volta dos produtores ao estúdio para a mixagem do áudio em dolby 5.1.

CD, DVD e VHS são lançados pelo selo Phonomotor e distribuídos mundialmente pela EMI em novembro de 2002.

Este projeto, que não prevê apresentações ao vivo, traz ao público o registro de momentos da intimidade desta parceria entre Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, que já vêm sendo consagrados com inúmeros êxitos nos últimos dez anos.

Publicado em: DVD

Tribalistas Ao Vivo (2019)

Ficha Técnica

Gravado em: São Paulo, no Allianz Parque, em 18 de agosto de 2018.
Produzido por: TRIBALISTAS (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte)
Concepção e Direção: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte e Leonardo Netto
Arranjos: Tribalistas e Banda

ÁUDIO

Direção e finalização: Daniel Carvalho

Gravação: Conrado Ruther

Mixagem de Som: Estúdio Casa da Nina

Direção de Produção: Simon Fuller

Produção Executiva: Maria Fortes

Banda Tribalistas

Dadi_ Guitarra, Baixo e Teclados

Pedro Baby_ Guitarra, Violão e Vocal

Pretinho da Serrinha_ Percussão, Cavaquinho e Vocal

Marcelo Costa_ Bateria

Capa: Batman Zavareze

Foto capa: Leo Aversa

Mídias sociais: Marco Froner e Victoria Oliveira

(P) (C) 2017 Monte Criação e Produção Ltda. (Phonomotor) – Rio de Janeiro / Brasil – Direitos Reservados

Faixas

Sobre o Álbum

Assistidos por mais de 250 mil pessoas no Brasil, Europa, Estados Unidos e América Latina, Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown lançaram em março de 2019, nas plataformas digitais, o álbum e vídeo “Tribalistas Ao Vivo” com distribuição da Altafonte.

O show foi gravado no Allianz Parque (São Paulo), em agosto de 2018. A direção do vídeo é de Joana Mazzucchhelli da Polar Filmes. A produção do álbum é assinada pelo próprio trio.

“Essa turnê dos Tribalistas é a realização de um sonho que a gente nutriu por muitos anos. Cada show é uma nova celebração de nosso afeto e fértil sintonia” (Arnaldo Antunes).

“Vocês da tribo nos fizeram pessoas melhores. A energia que nos foi dada faz com que esta marca coletiva Tribalistas siga em frente em seu propósito de afeto. Agradeço a meus dois irmãos Marisa e Arnaldo e obrigado a todo esse tribalismo” (Carlinhos Brown).

“Esse show foi feito por todas as pessoas pessoas que nos assistiram, que trabalharam conosco seja na nossa equipe, seja nas equipes locais em cada cidade, em cada país, em cada estádio ou casa de show por onde passamos. Somos todos Tribalistas e Tribalistas é o triunfo do coletivo, acima do indivíduo, como valor existencial fundamental na busca do bem comum. Fé na taba!” (Marisa Monte).

Publicado em: DVD

Tribalistas Ao Vivo (2019)

Ficha Técnica

Gravado em: São Paulo, no Allianz Parque, em 18 de agosto de 2018.
Produzido por: TRIBALISTAS (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte)
Concepção e Direção: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte e Leonardo Netto
Arranjos: Tribalistas e Banda

ÁUDIO

Direção e finalização: Daniel Carvalho

Gravação: Conrado Ruther

Mixagem de Som: Estúdio Casa da Nina

Direção de Produção: Simon Fuller

Produção Executiva: Maria Fortes

Banda Tribalistas

Dadi_ Guitarra, Baixo e Teclados

Pedro Baby_ Guitarra, Violão e Vocal

Pretinho da Serrinha_ Percussão, Cavaquinho e Vocal

Marcelo Costa_ Bateria

Capa: Batman Zavareze

Foto capa: Leo Aversa

Mídias sociais: Marco Froner e Victoria Oliveira

(P) (C) 2017 Monte Criação e Produção Ltda. (Phonomotor) – Rio de Janeiro / Brasil – Direitos Reservados

Faixas

Sobre o Álbum

Assistidos por mais de 250 mil pessoas no Brasil, Europa, Estados Unidos e América Latina, Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown lançaram em março de 2019, nas plataformas digitais, o álbum e vídeo “Tribalistas Ao Vivo” com distribuição da Altafonte.

O show foi gravado no Allianz Parque (São Paulo), em agosto de 2018. A direção do vídeo é de Joana Mazzucchhelli da Polar Filmes. A produção do álbum é assinada pelo próprio trio.

“Essa turnê dos Tribalistas é a realização de um sonho que a gente nutriu por muitos anos. Cada show é uma nova celebração de nosso afeto e fértil sintonia” (Arnaldo Antunes).

“Vocês da tribo nos fizeram pessoas melhores. A energia que nos foi dada faz com que esta marca coletiva Tribalistas siga em frente em seu propósito de afeto. Agradeço a meus dois irmãos Marisa e Arnaldo e obrigado a todo esse tribalismo” (Carlinhos Brown).

“Esse show foi feito por todas as pessoas pessoas que nos assistiram, que trabalharam conosco seja na nossa equipe, seja nas equipes locais em cada cidade, em cada país, em cada estádio ou casa de show por onde passamos. Somos todos Tribalistas e Tribalistas é o triunfo do coletivo, acima do indivíduo, como valor existencial fundamental na busca do bem comum. Fé na taba!” (Marisa Monte).

Tribalistas (2017)

Ficha Técnica

Produzido por: Marisa Monte
Coproduzido por: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Alê Siqueira e Daniel Carvalho
Direção de produção: Leonardo Netto
Gravado por: Alê Siqueira e Daniel Carvalho
Editado por: Alê Siqueira, Daniel Carvalho e Marisa Monte
Mixado e masterizado por: Daniel Carvalho
Produção executiva: Suely Aguiar
Coordenação de estúdio: Marcio Barros
Cifras: Dadi
Músicos convidados: Dadi, Cézar Mendes, Pedro Baby e Pretinho da Serrinha
Intérprete convidada: Carminho
Realização: Phonomotor
Mídias sociais: Marco Froner
Clearances: Solange Ruiz
DVD Direção: Dora Jobim
Direção de fotografia e câmeras: Dora Jobim e Ligia Turl
Edição: Danilo Lemos, Dora Jobim e Marília Moraes
Vídeo: Samba Filmes
Produção executiva: Gabriela Figueiredo
Coordenação de produção executiva: Milla Monteiro
Coordenação de pós-produção: Van Novaes
Coordenação de produção: Henrique Landulfo Produção Manu Menezes
Assistência de câmeras: Gabriel Tebet e Suelen Menezes
Elétrica: Marcílio Nascimento
Assistência de edição: Ricardo Gomes e Frank Alves
Colorista: Fabrício Batista
Tradução das letras para inglês: Arto Lindsay
Tradução de diálogos: Mônica Dias e Bruna Peixoto
Armazenamento e conversão de vídeo: Arkive
Autoração: Arkive
Capa e desenhos: Luiz Zerbini
Projeto gráfico: Lêka Coutinho e Fabiano Feroli (Lastudio)
Revisão: Luiz Augusto (Revendo Texto)
Coordenação gráfica: Geysa Adnet
Gravado: no Rio de Janeiro entre (março e abril de 2017)
Arnaldo Antunes gentilmente cedido por Sony Music
Carminho gentilmente cedida por Warner Music Portugal
Agradecimentos: Diogo, Caru, Rodrigo, Sonia Beatriz, José Luiz, D. Bete, Jucelia, Seu Fabiano, Mozart, Vanda, Rose, Meri, Carmem Maki, Flavia, Kelly, Flavio, Vanessa e Alex. Andréa, Marcinha, Erica, Amanda, Fernanda, Isabela, Daniela, Mauricio, Ana Francis, Luiz, Ian, Nadison e Sandoval.

Faixas

Publicado em: DVD

Semelhantes

Letras

FEAT. WALTER BLANDING E MATEUS ALELUIA
(CARLINHOS BROWN)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)
CITAÇÃO DA OBRA “ASHANSÚ” – SAUDAÇÃO A OMOLU (CARLINHOS BROWN E MATEUS ALELUIA)
ED. CANDYALL MUSIC

BABALÚ
PADÁ ABÓ
BABALÚ
PADÁ ABÓ
BABA MÍ BABÁ
PADÁ ABÓ
BABALÚ, BABALÚ, BABALÚ

NÓS NÃO TEMOS COMO EXPLICAR
ESSE AMOR POR YEMANJÁ HÁ
É MELHOR REFLETIR E PARAR DE FERIR
O ÂMAGO INVISÍVELNÃO PRECISA ENTENDER O AQUI
NOSSA FÉ VEM DO EXISTIR
NO ATABAQUE BATIDO
MEU AXÉ, MEU ABRIGO DE ALMA VISÍVEL

AS ÁGUAS TEM QUERER BABÁ
E A TERRA TEM OS ORIXÁS
NESTA SELVA TEREI
A LEMBRANÇA DE REIS, BANTOS, YORUBÁS

DOBRA RUM DE OGUM PARA OXUM
DE DADÁ A BALÉ
PARA NÓS CRISTO É OXALÁ
ALELUIA, ALELUIA A JESUS
HAJA LUZ DE OMOLU A NÓS UM

BABALÚ
BABÁ PADÁ ABÓ
BABALÚ
BABÁ PADÁ ABÓ
BABA MÍ BABÁ
PADÁ ABÓ

BABALÚ
BABÁ PADÁ ABÓ
BABALÚ
BABÁ PADÁ ABÓ
BABA NÍ BABÁ
PADÁ ABÓ
BABALÚ VALA MÍ, VALA NOS

ATÔTÔ BABÁ
ATÔTÔ
ATÔTÔ OMULÚ
BABALODÊ ALORÊ MINAZÚ DIDÊ
OLORUM MODUPÊ
OLORUM DIDÊ
KALOFÉ
KALOFÉ

(CARLINHOS BROWN)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)

ALÔ RAPAZIADA!

UH UH UH UH MAMA MAMA MAMA MAMA (4X)

SE O PATO É CEIA
SERÁ QUE ELA VEM
NESSE EMBALO MEIGO
CUIDAR DA MEIA
SERÁ QUE ELA VEM
CEM POR CENTO AVESSO (2X)

ELA É OURO
E EU SOU PETRÓLEO
E A GENTE MINA
POR SOBRE O SOLO (2X)

ELA É Ô… Ô Ô Ô
E EU SOU AH… AH AH AH

ELA É DIFÍCIL
MAS EU MOVO AS CAPITAIS
SEMPRE MEUS CONFLITOS
SÃO DERIVADOS PETROLÍFEROS
POR UMA BOA COTAÇÃO NA BOLSA
OUÇA SÁ SÁ SÁ
COM TODO APREÇO
EU A PEÇO POR FAVOR
VENHA ADORAR MEU CORAÇÃO GAROTA
ÔTÁTÁTÁ
PARA DOURAR E ANCORAR

UH UH UH UH MAMA MAMA MAMA MAMA (4X)

SE O PATO É CEIA
SERÁ QUE ELA VEM
NESSE EMBALO MEIGO
CUIDAR DA MEIA
SERÁ QUE ELA VEM
CEM POR CENTO AVESSO (2X)

ELA É OURO
E EU SOU PETRÓLEO
E A GENTE MINA
POR SOBRE O SOLO (2X)

ELA É Ô… Ô Ô Ô
E EU SOU AH… AH AH AH

ELA É DIFÍCIL
MAS EU MOVO AS CAPITAIS
SEMPRE MEUS CONFLITOS
SÃO DERIVADOS PETROLÍFEROS
POR UMA BOA COTAÇÃO NA BOLSA
OUÇA SÁ SÁ SÁ
COM TODO APREÇO
EU A PEÇO POR FAVOR
VENHA ADORAR MEU CORAÇÃO GAROTA
ÔTÁTÁTÁ
PARA DOURAR E ANCORAR
UH UH UH UH MAMA MAMA MAMA MAMA (4X)

Ô… Ô Ô Ô
AH… AH AH AH (2X)

(CAZUZA/CARLINHOS BROWN/ALEXANDRE CASTILHO)
CAZUZA EDIÇÕES (WARNER CHAPPELL)
OBRA E FONOGRAMA GENTILMENTE CEDIDOS PELA SOCIEDADE VIVA CAZUZA

EXAUSTO DE CORRER SABENDO
QUE NÃO TEM PONTO DE CHEGADA
NEM BEIJO DE NAMORADA
O AR ENTRA E SAI
O MAR VEM E VAI
E VOCÊ NADA

TEU ROSTO MEU POSTO DE OBSERVAÇÃO SOLITÁRIA
MEU GOSTO PELO AMARGO E PELO QUE ARDE
NEM CANTO, NEM BERRO SURDO
NEM LAMENTO, NEM SUSURRO
O LOBO QUE UIVA
PRA SE MOSTRAR PRA DEUS, PRA DEUS

ASSOPRA QUE PASSA
FALA QUE ESQUECE
CHORA QUE MOLHA (2X)

SÃO FRIAS E DISTANTES
TERRAS POR ONDE TE PASSEIO
A PEITO NÚ

AI
AI AI
AI AI DÓÓÓÓÓÓI (2X)

NEM CANTO, NEM BERRO SURDO
NEM LAMENTO, NEM SUSURRO
O LOBO QUE UIVA
PRA SE MOSTRAR PRA DEUS, PRA DEUS

ASSOPRA QUE PASSA
FALA QUE ESQUECE
CHORA QUE MOLHA (2X)

UH UH UH UH…
UH UH UH UH…
AI
AI AI
AI AI DÓÓÓÓÓÓI (2X)

SÃO FRIAS E DISTANTES
TERRAS POR ONDE TE PASSEIO

(CARLINHOS BROWN)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)

SAI
E LEVE AS SUAS COXAS, VOE POR AÍ
AS BOCAS TRISTES NÃO VÃO ME ATRAIR
AS COISAS BOAS SOAM BONS LUGARES

SAI
DO MEU ESTADO LOUCO, DOIDO POR TI
NA SUA BOCA, BOCA NÃO VOU MAIS CAIR
VOU RESPIRAR O NOVO EM BUENOS AIRES

Ê Ê
DÊRÊRÊ Ê
DÊRÊRÊ Ê
DÊRÊRÊ
Ê Ê
QUANTO QUERERÊ Ê
QUANTO QUERERÊ Ê
QUANTO QUERERÊ (2X)

NÃO VAI
NÃO VAI JOGAR AS NOSSAS COISAS PELOS ARES
NÃO VÁ SUBIR DE ELEVADOR POR DOIS ANDARES
NEM VÁ FICAR CHORANDO MÁGUAS PELOS BARES
NÃO, NÃO… NÃO

NÃO VAI
ESPERE MAIS UM POUCO, TERMINE O AÇAÍ
NÃO DEIXE O LADO VAGO, LÁ NO ABANDONADO
JÁ DEI O TEMPO DADO E VOCÊ JÁ SABE

Ê Ê
DÊRÊRÊ Ê
DÊRÊRÊ Ê
DÊRÊRÊ
Ê Ê
QUANTO QUERERÊ Ê
QUANTO QUERERÊ Ê
QUANTO QUERERÊ (2X)

VAZA DE MIM TODA ILUSÃO
O MEU CHÃO QUER VOCÊ NO MEU CÉU

FEAT. ANITTA*
(CARLINHOS BROWN/DADI)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)/WARNER CHAPPELL
*Artista gentilmente cedida pela Warner Music

SEU CARINHO ME BOLE (4X)
NO TIME, NO TEMPO (2X)

ESSE TOQUE EXCITANTE QUE TEM SEU ANDAR
SOLTA A TRANÇA NA DANÇA QUE VEM DO ORIXÁ
TODO O SEU SOTAQUE DE BAHIA E RIO
BALANCÊ, BALANÇOU, BALANCINHO

NO TIME, NO TEMPO (2X)

SAI DA TOCA NA PORTA DA COTA ESCOLAR
SAI DO ARMÁRIO O ARMADO QUE VAI DESABAR
TODO O SEU CHICLETE, TODO O SEU SHITAKE
PODE SER OU NÃO SER SAI DO ZAP

AFRICANITTA
MEU ZANZIBAR
A MINA BOLE A BUNDA
E A GALERA SECA O BAR (2X)

COLE NO CAMINHO FUNKEIRO
COLE NO CAMINHO RAPEIRO
COLE NO CAMINHO RAPEI E VÁ (2X)

UM BOLE, BOLE
BOLE A BUNDA
VAGABUNDO A BABAR
DA TRIBO LUNDA
QUANDO BAIXA AQUELA BUNDA A BAILAR
ABALA A BARRA, ABALA O CHÃO
E NADA ABALA ELA
AGORA BATE CORAÇÃO
DENTRO DA BLUSA DELA

AFRICANITTA
MEU ZANZIBAR
A MINA BOLE A BUNDA
E A GALERA SECA O BAR (2X)

COLE NO CAMINHO FUNKEIRO
COLE NO CAMINHO RAPEIRO
COLE NO CAMINHO RAPEI E VÁ (4X)

TCHÊ TCHÊ TCHÊ
ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ
TCHÊ TCHÊ TCHÊ
ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ
TCHÊ TCHÊ TCHÊ
ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ
TCHÊ TCHÊ TCHÊ
ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ (4X)

NO TIME, NO TEMPO (2X)
AGORA NA BOCA DA FERA (2X)
NO TIME, NO TEMPO (2X)

AFRICANITTA
MEU ZANZIBAR
A MINA BOLE A BUNDA
E A GALERA SECA O BAR (2X)

COLE NO CAMINHO FUNKEIRO
COLE NO CAMINHO RAPEIRO
COLE NO CAMINHO RAPEI E VÁ (4X)

(CARLINHOS BROWN/IVETE SANGALO)
ED. CANDYALL MUSIC (SELM)/CACO MUSIC

YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL

PROUD

AU AU AU, SOU PROUD
AU AU AU, SOU PROUD

AI AI AI AI AI AI
ORGULLO DEL AMOR
ORGULLO DE LA PAZ
OI OI OI OI OI OI
ORGULLO DESSE AMOR
ORGULLO DE NOS DOS

PROUD

EL MUNDO TÁ TRANSBORDADO
DE CASAIS ENAMORADO
TEM AMOR POR TODO LADO
NAMORADA COM NAMORADO
NAMORADO COM NAMORADO
SE A FELICIDADE INCOMODA
LEVA ELA PARA O SEU LADO
PEGA ELA SE ELA TE AMA
BEIJA ELA SE ELA TE QUER
LIBEROU TÁ LIBERADO
BEIJA ELE SE ELE QUISER

O AMOR ALIMENTA
RESPEITE O MOVIMENTO
O AMOR ALIMENTA
RESPEITE O MOVIMENTO
O AMOR ALIMENTA

AI AI AI AI AI AI
ORGULLO DEL AMOR
ORGULLO DE LA PAZ
OI OI OI OI OI OI
ORGULLO DESSE AMOR
ORGULLO DE NOS DOS (2X)

PROUD

TENGO ORGULLO, DE MI MAMA
TENGO ORGULLO, DE MI PAPA
TENGO ORGULLO, DE MI HERMANA
TENGO ORGULLO, DE MI HIJA

TENHO ORGULHO
DE MIM MESMO
VEJO AMOR
PELO ESPELHO
O QUE SINTO
VEM COMIGO
DESDE O TEMPO
DO UMBIGO

ASSIM, ASSIM, ASSIM, ASSIM, ASSIM

PROUD

YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL
YO ME ENCUENTRO PERFECTO, QUE TAL

AI AI AI AI AI AI
ORGULLO DEL AMOR
ORGULLO DE LA PAZ
OI OI OI OI OI OI Oi
ORGULHO DESSE AMOR
ORGULHO DE NOS DOS (2X)

PROUD

(CARLINHOS BROWN)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)
Instrumental

FEAT: NANDA GARCIA
(CARLINHOS BROWN/ALEXANDRE CASTILHO)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)/JET MUSIC (SELM)

AI AI AI AI AI
AI AI AI
AI AI AI AI AI

IGUAL AO AMOR QUE EU LHE DOU
JURO A MAIS NINGUÉM DAREI
ESSE CORAÇÃO ERROU
QUERO TE DIZER MUDEI

SE EU CRIEI A SUA DOR
PERDOE POR FAVOR
NÃO QUEIME AQUELE POUCO QUE SOBROU

ESCUTE ESSE CHAMADO E VEM
VEM NOS RETIRAR DESSE ABANDONO
A MÃO NA MÃO FARÁ CRESCER
CHEGOU A VEZ DA GENTE SER

NÃO DEIXE A VIDA PRA DEPOIS
O SONHO NÃO SE FOI
VAI VER SE O MUNDO GIRA SEM NÓS DOIS

A VONTADE
A GENTE NUTRE
FAZ A NOSSA HISTÓRIA TER VALOR

FELICIDADE
NOS TORNA ILUSTRES
TÃO PERFEITOS SEM TIRAR NEM PÔR

A VERDADE
NOS FAZ IMUNES
ABRE ESSE SORRISO MEU AMOR

LÁ LÁ LÁ
LÁ LÁ LÁ

NÃO DEIXE A VIDA PRA DEPOIS
O SONHO NÃO SE FOI
VAI VER SE O MUNDO GIRA SEM NÓS DOIS

A VONTADE
A GENTE NUTRE
FAZ A NOSSA HISTÓRIA TER VALOR

FELICIDADE
NOS TORNA ILUSTRES
TÃO PERFEITOS SEM TIRAR NEM PÔR

A VERDADE
NOS FAZ IMUNES
ABRE ESSE SORRISO MEU AMOR

A SAUDADE
NOS DEIXA INÚTEIS
TUDO AQUI SEM COR
EM VOCÊ DESCUBRO QUEM EU SOU

LÁ LÁ LÁ
LÁ LÁ LÁ

(CARLINHOS BROWN/ALEXANDRE CASTILHO)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)/JET MUSIC (SLEM)

POUSOU EM CASA
SUAS MALAS CANSADAS
VOLTOU

USOU A CHAVE
E SEUS CÃES E GATOS
BEIJOU

MAS SEU SORRISO E O MEU
SÃO BOLHAS LIVRES
E GENTE HUMILDE TEM
TEMPO MAIS LIVRE

PÔS A SANDÁLIA
NUM CANTO COM AS TRALHAS
GUARDOU

SÓ AGUARDAVA
O MELHOR QUE ESPERAVA
CHEGOU

SEUS BONS AMIGOS E EU
O TEU SORRISO E O MEU
E GENTE HUMILDE TEM
TEMPO MAIS LIVRE TEM

OLHA PRA TRÁS
CHEGOU MEIO DEPOIS SUAS FLORES
CORES

FIQUE COM AS FLORES
QUE A MESA SE FAZ
LONGE DE TI NUNCA MAIS

HOUVE
DOR NÃO É MAIS QUE NÓS DOIS (2X)

SEUS BONS AMIGOS E EU
O TEU SORRISO E O MEU
E GENTE HUMILDE TEM
TEMPO MAIS LIVRE TEM

OLHA PRA TRÁS
CHEGOU MEIO DEPOIS SUAS FLORES
CORES

FIQUE COM AS FLORES
QUE A MESA SE FAZ
LONGE DE MIM NUNCA MAIS

HOUVE
DOR NÃO É MAIS QUE NÓS DOIS (2X)

FEAT. CLARA BUARQUE E JORGE DREXLER
(CARLINHOS BROWN/MARISA MONTE/ARNALDO ANTUNES/JORGE DREXLER)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)/MONTE SONGS (SONY ATV)/ROSA CELESTE (UNIVERSAL PUB. MGB)/DIRETO AO AUTOR

GOTA D’ÁGUA
MÃE MANHÃ
MUNDO É SEDE
VIR AQUI LHE VÊ
RIR, IMAGINAR
AS TANTAS MANEIRAS
RECORRER A OUTRAS MANEIRAS

PRA TER PALADAR
E TER PARA DAR

CHEGA O CEDO
CHEGA O SOL
VOCÊ NÃO VEM
VIRÁ DO VIVER
DO IMAGINAR
DO CHÃO DA LAREIRA
DA COMBINAÇÃO DAS LADEIRAS
REVERBERA O SOM
SOU SEU ESPIÃO
SEM TEMPESTADES

Dentro del agua la sed
y la sed, lleva en su centro tu recuerdo
y más adentro de tu recuerdo,
la red tejida con el vapor sutil de tu piel.
Tu herida
hecha de tiempo y de vida,
de bruma, de resplandor,
del rumor de las ciudades,
de calma, de tempestades,
de esquinas y soledades
sabe aprender del dolor.
Porque traes lo que te llevas
y toda el agua que bebas
trae la sed en su interior.

(CARLINHOS BROWN)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)

EU ANDEI LHE MALTRATANDO
LHE JUREI AMOR DEMAIS
MAS AGORA ESTOU PENANDO
PORQUE NÃO SEI VOLTAR ATRÁS
SEM TENTAR SEGUIR

É NATURAL QUERER LHE VER
DO MEU AMOR NASCEU VOCÊ

VEM A CHUVA NO RELÓGIO
NADA MAIS IRÁ CHEGAR
CORAÇÃO TÁ RECLAMANDO
ENTÃO NOTA POR FAVOR
NUNCA MAIS SEM TI

É NATURAL QUERER VIVER
DO MEU AMOR NASCEU VOCÊ (2X)

NÃO ACABOU
MAS PODE SE ACABAR
TUDO PARTIR
PRA NUNCA MAIS COLAR
E AÍ?
TÔ QUERENDO EVITAR
VOCÊ PODE TENTAR ENTENDER
COMPREENDER

QUE O NOSSO AMOR NÃO PODE SE RENDER
O QUE DE BOM PLANTEI NO MUNDO
É POR VOCÊ
TÔ QUERENDO FICAR
VOCÊ PODE OPTAR, SURPREENDER
NOS AMAR
NOS PERDER

VOCÊ PODE FICAR
VOCÊ PODE ESCOLHER
NOS AMAR
NOS PERDER

(CARLINHOS BROWN)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)

ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ

MAMÃE TÁ CERTA (4X)

MAMÃE NÃO QUER QUE EU CAIA NA PISCINA
POR ISSO MÃE NÃO QUER QUE EU SAIA DO COLÉGIO
NÃO QUE NÃO QUER SABER DESSA AMIGUINHA
É QUE MAMÃE NÃO QUER SABER DE SACRILÉGIO (2X)

MAMÃE TÁ CERTA (4X)

MAMÃE NÃO QUER QUE A VIDA ME CORRIJA
É QUE MAMÃE NÃO QUER QUE EU BEBA E DIRIJA
NÃO QUE NÃO QUER SABER DESSA NOVINHA
ELA SÓ QUER QUE EU FAÇA AMOR COM CAMISINHA (2X)

BUMBUM BATE BUMBUM
BUM BUM BUM BUM
BUM BUM BUM BUM

MAMÃE ACEITA UM VALE
DE PURA DIVERSÃO
AQUI TÁ COMO UM CLIP
PAZ, AMOR E SEDUÇÃO

DÁ PRA PERDER A CONTA
DE BOCA PRA BEIJAR
MAMÃE ENTRA NA PISTA E A GALERA GRITA VÁ

MAMÃE MANDA NA BOLA
PRA ELA FAÇO GOL
MAMÃE CAI NA PISCINA
E A GALERA GRITA Ô

ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ

MAMÃE NÃO QUER QUE A VIDA ME CORRIJA
É QUE MAMÃE NÃO QUER QUE EU BEBA E DIRIJA
NÃO QUE NÃO QUER SABER DESSA NOVINHA
ELA SÓ QUER QUE EU FAÇA AMOR COM CAMISINHA (2X)

TÔ MUITO BEM COM AS ONDAS E COM A PRANCHA NO BUZU
O TEMPO TÁ AJUDANDO A DANÇAR MARACATU
FUI BEM NA PROVA E A PROVA É ELA QUE ME DÁ
CARINHO SUFICIENTE E NECESSÁRIO PRA PASSAR

ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ
ÔLÁLÁ, ÔLÁLÁ

ÔLÁLÁ,
MAMÃE TÁ CERTA
ÔLÁLÁ,
MAMÃE TÁ CERTA
ÔLÁLÁ,
MAMÃE TÁ CERTA
ÔLÁLÁ,
MAMÃE, MAMÃE, MAMÃE…

(CARLINHOS BROWN/ALEXANDRE CASTILHO)
ED. CANDYALL MUSIC (SLEM)/JET MUSIC (SLEM)

LIGA O SOM QUE INVADE A SUA RUA E A CIDADE
E TRAZ A LUA, A LUZ, O LEME, O CHÃO, O CARNAVAL
DEUS SALVE A FAVELA
REDENTOR TOQUE A PANELA
E NOS DESPERTE O DOM, O BOM
E O BEM EM NÓS

CORRENTES DE AMOR
ANÉIS DE ROCK’N ROLL
SEM ESSA ALEGRIA NADA SOU

A MODA ASSIM PINTOU
QUE BOM QUE LHE AGRADOU
EXPLODE EM JUVENTUDE MAIS UM GOL

AGORA É REGGAE
VIDA LEVE
TUDO ISSO AQUI TÁ
PÃO E GREVE
AGORA PROVE DO QUE VEIO
É NÓS AQUI NÃO É ESPELHO
BEIJO DE LÍNGUA
BEIJO DE LÍNGUA

HOJE TEM BOMBOM
E TEM VOCÊ PRA ME MOSTRAR
O QUE É O MUNDO, O MAR, O LAR, O SOL
O LADO ASTRAL

NÃO DÁ PRA COMPARAR
NEM EVITAR
O MEU QUERER SÓ QUER VOCÊ
A LINDA DO CARNAVAL

CORRENTES DE AMOR
ANÉIS DE ROCK’N ROLL
SEM ESSA ALEGRIA NADA SOU

A MODA ASSIM PINTOU
QUE BOM QUE LHE AGRADOU
EXPLODE EM JUVENTUDE MAIS UM GOL

QUE AGORA É REGGAE
VIDA LEVE
TUDO ISSO AQUI TÁ
PÃO E GREVE
E AGORA PROVE DO QUE VEIO
É NÓS AQUI NÃO É ESPELHO
BEIJO DE LÍNGUA
BEIJO DE LÍNGUA
QUANDO QUERO, QUERO VOCÊ (2X)

BEIJO DE LÍNGUA
QUANDO QUERO, QUERO
QUANDO QUERO, QUERO VOCÊ
BEIJO DE LÍNGUA
QUANDO QUERO, QUERO VOCÊ (2X)

BEIJO DE LÍNGUA

Faixas

Clipe

Tribalistas (2017)

Letras

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)
(Citações: Início do Canto 11 de O Guesa, de Joaquim de Sousândrade e trecho de Vozes D’áfrica, de Castro Alves)

ACALMOU A TORMENTA; PERECERAM
OS QUE A ESTES MARES ONTEM SE ARRISCARAM;
VIVEM OS QUE, POR UM AMOR, TREMERAM
E DOS CÉUS OS DESTINOS ESPERARAM.

ATRAVESSAMOS O MAR EGEU
O BARCO CHEIO DE FARISEUS
COM OS CUBANOS, SÍRIOS, CIGANOS
COMO ROMANOS SEM COLISEU
ATRAVESSAMOS PRO OUTRO LADO
NO RIO VERMELHO DO MAR SAGRADO
OS CENTER SHOPPINGS
SUPERLOTADOS
DE RETIRANTES
REFUGIADOS

WHERE ARE YOU?
WHERE ARE YOU?
WHERE ARE YOU?
WHERE ARE YOU?

ONDE ESTÁ
MEU IRMÃO
SEM IRMÃ
O MEU FILHO
SEM PAI
MINHA MÃE
SEM AVÓ
DANDO A MÃO
PRA NINGUÉM
SEM LUGAR
PRA FICAR
OS MENINOS
SEM PAZ
ONDE ESTÁS
MEU SENHOR
ONDE ESTÁS?
ONDE ESTÁS?

DEUS! Ó DEUS! ONDE ESTÁS QUE NÃO RESPONDES?
EM QUE MUNDO, EM QU’ESTRELA TU T’ESCONDES
EMBUÇADO NOS CÉUS?
HÁ DOIS MIL ANOS TE MANDEI MEU GRITO,
QUE EMBALDE DESDE ENTÃO CORRE O INFINITO…
ONDE ESTÁS, SENHOR DEUS?…

WHERE ARE YOU?
WHERE ARE YOU?
WHERE ARE YOU?
WHERE ARE YOU?

(Arnaldo Antunes, Brás Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)

SOMOS COMUNISTAS
E CAPITALISTAS
SOMOS ANARQUISTAS,
SOMOS O PATRÃO
SOMOS A JUSTIÇA
SOMOS O LADRÃO
SOMOS DA QUADRILHA
VIVA SÃO JOÃO

SOMOS TODOS ELES DA RALÉ DA REALEZA
SOMOS UM SÓ, UM SÓ
123, SOMOS MUITOS, QUANDO JUNTOS
SOMOS UM SÓ, UM SÓ

SOMOS DEMOCRATAS
SOMOS OS PRIMATAS
SOMOS VIRA-LATAS
TEMOS PEDIGREE
SOMOS DA SUCATA
E VOCÊ AÍ?
SOMOS OS PIRATAS
GUARANI-TUPIS

SOMOS TODOS ELES DA RALÉ DA REALEZA
SOMOS UM SÓ, UM SÓ
123 QUANDO JUNTOS SOMOS MUITOS
SOMOS UM SÓ, UM SÓ

MARÉ ME FERE
MARÉ ME FERE
MARÉ ME BANHA

MARÉ ME LEVE
MARÉ ME LEVE
MARÉ ME GANHA

MARÉ ME FERE
MARÉ ME FERE
MARÉ ME FERE

MARÉ ME BANHA
MARÉ ME BANHA
MARÉ ME GANHA

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte, Pedro Baby, Pretinho Da Serrinha)

FORA DA MEMÓRIA TEM
UMA RECOMPENSA UM PRESENTE PRA VOCÊ
VOCÊ QUE NÃO PENSA
NO QUE FOI, NO QUE SERÁ
NO QUE FOI, NO QUE VIRIA

FORA DA MEMÓRIA TEM
UMA REGALIA
PARA QUANDO VOCÊ ACORDAR
TODO DIA

FORA DA MEMÓRIA TEM
UMA FANTASIA
PARA VOCÊ RECORDAR
TODO DIA

DE ESQUECER, DE ESQUECER
DE ESQUECER IÊ
DE ESQUECER, DE ESQUECER
DE ESQUECER IÊ

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte, Pedro Baby, Pretinho Da Serrinha)

SE UM DIA EU TE ENCONTRAR
DO JEITO QUE SONHEI
QUEM SABE SER SEU PAR
PERFEITO E TE AMAR
DO JEITO QUE EU IMAGINEI

AO VIRAR A ESQUINA
ATRÁS DE UMA CORTINA ME PERDER
NO ESCURO COM VOCÊ

FOGO NA FOGUEIRA
SEU BEIJO E O DESEJO EM SEU OLHAR
AS FLORES NO ALTAR

VÉU E GRINALDA
LUA DE MEL
CHUVA DE ARROZ
E TUDO DE DEPOIS
DAMA DE HONRA
PEGA O BUQUÊ
NINGUÉM MAIS FELIZ
QUE EU E VOCÊ

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Carminho, Marisa Monte)

UM DIA MINHA MÃE ME DISSE:
“VOCÊ JÁ É GRANDE, TEM QUE TRABALHAR”
NAQUELE INSTANTE APROVEITEI A CHANCE
VI QUE EU ERA LIVRE PARA ME VIRAR
FIZ MINHA MALA, COMPREI A PASSAGEM
O TEMPO PASSOU DEPRESSA E EU AQUI CHEGUEI
PASSEI POR TUDO QUE É DIFICULDADE
ME PERDI PELA CIDADE MAS JÁ ME ENCONTREI

DOMINGO, BOTO MEU PIJAMA
DEITO LÁ NA CAMA PARA NÃO CANSAR
SEGUNDA-FEIRA EU JÁ TÔ DE NOVO
ATOLADO DE TRABALHO PARA ENTREGAR
NA TERÇA NÃO TEM BRINCADEIRA
QUARTA-FEIRA TEM SERVIÇO PARA TERMINAR
NA QUINTA JÁ TEM HORA EXTRA
E NA SEXTA O EXPEDIENTE TERMINA BAR

MAS TENHO O SÁBADO INTEIRO PRA MIM MESMO
FORA DO EMPREGO
PRA ME APRIMORAR

SOU EASY, EU NÃO ENTRO EM CRISE
TENHO TEMPO LIVRE
PRA ME TRABALHAR

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)

A CHUVA TROUXE ÁGUA PARA ENCHER O POTE
DENTRO DA ÁGUA TEM UM ESPELHO CHEIO DÁGUA

ÁGUA PRA MIM UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA
ÁGUA QUE MINA UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA

VEM CANTAREIRA
CANTA NA CALHA
ABRE A TORNEIRA E CHORA
VEM BEBEDOURO
PURIFICADOR
ME DÊ UM GOLE AGORA

ÁGUA PRA MIM UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA
ÁGUA QUE MINA UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA

VAI ÁGUA VIVA
CORRE NO LEITO
PRO MAR QUE TE DEVORA
ÁGUA QUE LAVA
LEVA A CANOA
VOA QUANDO EVAPORA
ÁGUA PRA MIM UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA

ÁGUA QUE MINA UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA

PRECIOSA
MILAGROSA
VEM, REGAI POR NÓS
VAI, CORRENTE
DA NASCENTE
ATÉ CHEGAR NA FOZ

ENCHE O POTE, ENCHE O POTE
ENCHE O POTE, ENCHE O POTE

A CHUVA TROUXE ÁGUA PARA ENCHER O POTE
DENTRO DA ÁGUA TEM UM ESPELHO CHEIO DÁGUA

ÁGUA PRA MIM UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA
ÁGUA QUE MINA UM PINGO DÁGUA
TRAGA PRA MIM UM PINGO DÁGUA

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)

NUMA OUTRA DIMENSÃO
NÃO TINHA TETO NEM CHÃO
NÃO HAVIA INÍCIO NEM FINAL

EU CAÍ NUMA PLACENTA
NO FIM DOS ANOS SESSENTA
NO HEMISFÉRIO SUL OCIDENTAL

DA ONDE EU VIM
EU NÃO TROUXE MALA
NÃO TROUXE NADA

NÃO TROUXE COR
EU NÃO TROUXE MASSA
SÓ TROUXE ALMA

DEIXA SER E DEIXA ESTAR
DEIXA IR, DEIXA FICAR
DEIXA QUIETO, DEIXA O CÉU NO MAR

DEIXA A NUVEM, DEIXA O AR
DEIXA A PLUMA FLUTUAR
DEIXA O TEMPO, DEIXA CIRCULAR

PRA ONDE EU VOU
EU NÃO LEVO CASA
NÃO LEVO NADA

VOU NESSE VOO
EU NÃO LEVO PESO
SÓ LEVO ASA

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)

EU VOU SUMIR, VOU DESAPARECER
VOU ME ENCONTRAR, VOCÊ VAI ME PERDER
EU VOU ME DESAPAIXONAR DE VEZ
MAS SE VOCÊ ME PROCURAR TALVEZ
EU POSSO ME ARREPENDER
E ATÉ TOPAR NAMORAR COM VOCÊ
POIS SOU FELIZ E SAUDÁVEL
MUITO FELIZ E SAUDÁVEL

ÀS VEZES ACHO QUE CHEGOU AO FIM
QUE VOCÊ NUNCA VAI GOSTAR DE MIM
ÀS VEZES SIM, ÀS VEZES NÃO

JÁ PERGUNTEI PARA O MEU CORAÇÃO
MAS ELE SÓ AUMENTA A CONFUSÃO
ÀS VEZES NÃO, ÀS VEZES SIM

PODE LIGAR QUE EU NÃO VOU ATENDER
VOU ME VINGAR, VOU TE FAZER SOFRER
VOCÊ VAI VER, EU VOU TE ENLOUQUECER
TE MALTRATAR PRA VOCÊ APRENDER
MAS POSSO ME ARREPENDER
E ATÉ TOPAR NAMORAR COM VOCÊ
POIS SOU FELIZ E SAUDÁVEL
MUITO FELIZ E SAUDÁVEL
EU SOU FELIZ E SAUDÁVEL
SUPER FELIZ E SAUDÁVEL

Eu sou um bloco de texto. Clique no botão Editar (Lápis) para alterar o conteúdo deste elemento.(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)

TEMOS SUPRIMENTO
TEMOS PROVISÃO
NESSE ACAMPAMENTO
NOSSA OCUPAÇÃO

NÓS TEMOS VÍVERES, VÍVERES, VÍVERES
NÓS TEMOS VÍVERES, VÍVERES, VÍVERES

MATERIAL HUMANO
COM POTENCIAL
DE UMA NATUREZA
SOBRENATURAL

NÓS TEMOS LÍDERES, LÍDERES, LÍDERES
NÓS TEMOS LÍDERES, LÍDERES, LÍDERES

VENHA LOGO, NÃO DEMORE
ESTAMOS ESPERANDO VOCÊ
VENHA, CHEGUE JUNTO
SOMOS FORTES PRA LUTAR E VENCER

ESTAMOS DANDO AULA
DE ORGANIZAÇÃO
REFORMANDO A SALA
DORMINDO NO CHÃO

NÃO TEMOS ÍDOLOS, ÍDOLOS, ÍDOLOS
OS VELHOS ÍDOLOS, ÍDOLOS, ÍDOLOS

SOMOS EMERGÊNCIA
DE REVOLUÇÃO
TEMOS CONSCIÊNCIA
E EDUCAÇÃO

NÃO TEMOS SÍMBOLOS, SÍMBOLOS, SÍMBOLOS
OS VELHOS SÍMBOLOS, SÍMBOLOS, SÍMBOLOS

(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Carminho, Marisa Monte)

OS PEIXINHOS SÃO
FLORES SEM O CHÃO
NADAM, BOIAM, FAZEM BOLHAS
E BOLINHAS DE SABÃO

COMO LINDOS SÃO
COLORIDOS TÃO
ESPIRRANDO GOTAS
COMO NOTAS NA CANÇÃO

NAS VITRINES MÁSCARAS DE AQUÁRIOS
DOS MERGULHADORES
FURTAM DO ARCO-ÍRIS TANTAS CORES
ULTRA-VIOLETA, INFRA-VERMELHO
DEGRADÉE E FÚCSIA
TODAS AS MODULAÇÕES DO ESPECTRO

OS PEIXINHOS SÃO
FLORES SEM O CHÃO
NADAM, BOIAM, FAZEM BOLHAS
E BOLINHAS DE SABÃO

COMO LINDOS SÃO
COLORIDOS TÃO
ESPIRRANDO GOTAS
COMO NOTAS NA CANÇÃO

NAS ESCAMAS BRILHA ESPELHADA
TODA A LUZ DO SOL
VERDE, AZUL, VERMELHO, OURO E PRATA
SEGUE JUNTO COM O SEU CARDUME
PRA ENGANAR O ANZOL
AQUARELA COLORINDO A ÁGUA

Faixas

Clipe

Nelson Motta conversa com os Tribalistas

Quinze anos depois do espetacular sucesso nacional e internacional (França, Itália, Portugal, Espanha, Argentina) do primeiro disco dos Tribalistas, Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown voltam a se reunir para uma nova aventura musical.

Assim como no primeiro disco, nada foi planejado com antecedência ou programado. O método foi o mesmo: um disco caseiro de três amigos compositores de origens e formações muito diversas, registrando uma música por dia com um grupo pequeno de músicos – todos parceiros e amigos – e a mesma equipe técnica do trabalho anterior. Uma nova edição do mesmo projeto. O disco foi gravado no Rio de Janeiro, entre 20 de março e 2 de abril deste ano.

Parceiros entre si, o trio vem colecionando inúmeras músicas e se alimenta da diversidade de estilos e da harmonia entre os contrastes que os separam e os unem. Um dos maiores sucessos da virada do milênio, Tribalistas (2002) não teve lançamento, entrevistas promocionais, shows ou apresentações em televisão. Apenas um showcase  de meia hora com os três foi apresentado em Paris, em 2003, e a força da música se comunicando com as pessoas. O sucesso espetacular e inesperado foi como nos velhos tempos, pelo rádio e no boca a boca.

O mundo mudou muito nesses 15 anos mas Marisa, Carlinhos e Arnaldo continuam os mesmos, só que mais amadurecidos, mais populares, mais prestigiados e compondo melhor.

Nelson – Uma coisa que chama a atenção nesse novo trabalho é a personalidade musical que vocês criaram. Desenvolveram um “som Tribalistas”, um tipo de levada, uma instrumentação acústica que você reconhece nos primeiros acordes, antes mesmo de começarem a cantar. Uma sonoridade que até o pedreiro que estava em minha casa comentou, animado, ao me ver ouvir esse novo disco: “é os Tribalistas, é?” É tudo simples e ao mesmo tempo muito elaborado.

Marisa: É um DNA

Nelson: Como começou o disco?

Marisa: A gente mora em cidades diferentes, só que de vez em quando dá um jeito de se encontrar; às vezes em dupla, às vezes os três. E quando acontece o encontro, todos levam as suas coisas já começadas e as músicas e letras vão surgindo. Mas  não estávamos pensando exatamente em fazer um disco. Estávamos em férias criativas, que pra gente é algo sempre revigorante, refrescante, gostoso. Além de curtir uma praia, e estar com os amigos, fazemos músicas. E conseguimos nos encontrar os três, por dois períodos, no ano passado. Foram duas fugas pra Bahia, de quatro, cinco dias, e aí as músicas surgem fácil: duas, três, todo dia!

Brown: É o ar da Bahia e o que o nosso ócio criativo propõe. De um certo modo nós somos retirantes, não é? E a nossa intuição de retirante nos leva a expandir nos nossos temas de uma forma que é impensada, que apenas acontece. A nossa forma de compor é muito intuitiva, mas isso acontece porque nós somos Tribalistas. É o melhor que a  gente pode oferecer dos nossos dons ao ser humano.

Nelson: Esse som Tribalista, esse combo, humano e musical, étnico e cultural, tem aspectos fortíssimos da brasilidade, não é?

Marisa: É, os violões, as percussões, as vozes …

Nelson: Um baiano intuitivo, um intelectual paulista e a morena carioca nascida no samba. São quase arquétipos, o sonho de marqueteiros. Eu estava brincando que vocês são um clichê! (rs…) Porque não podia ser mais perfeito. Isso é o som do Brasil que está no Nordeste, está em São Paulo, no Rio… Reflexão e intuição, a coisa carioca, malandra, toda a tradição do samba… É um encontro extraordinário sem o peso de ser um grupo permanente. Com os Tribalistas vocês vivem só a parte boa de um grupo.

Marisa: São férias!

Nelson: Tem dia que você não aguenta a si mesmo, não é? Imagine um grupo! (rs…)

Arnaldo: São férias. Não tem a obrigatoriedade e há uma coisa muito espontânea. Tem uma magia… Quando a gente se encontra, tudo sai com uma naturalidade e com essa complementariedade. Os três estados brasileiros, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro… Ao mesmo tempo, personalidades tão diferentes… A gente conseguiu juntar agora a mesma turma que gravou o primeiro Tribalistas. Não só nós três, mas o Dadi, o Cézar Mendes, o Alê Siqueira, a Dora Jobim, aqui filmando este nosso encontro e que tinha documentado tudo do primeiro Tribalistas. Marisa novamente como produtora; e eu, Brown, Alê Siqueira e Daniel Carvalho, filho do Dadi, como coprodutores…

Nelson: Tem homem e mulher, preto e branco, origens e formações diferentes, tem tudo… é uma síntese de todas essas coisas.

Arnaldo: É meio assim, a gente se junta e aquilo pode sair ou não, mas acaba saindo sempre, de um jeito muito inesperado. A gente fazer uma música sobre os refugiados (Diáspora), sobre o trabalho (Trabalivre), outra sobre as ocupações das escolas (Lutar e Vencer), são questões que a gente em nenhum momento sentou e disse: vamos falar sobre isso. São assuntos que vieram quando a gente se juntou para compor. Então é muito espontâneo, muito natural, não tem nada intencional…

Brown: Eu vejo muito como um encontro de percussionistas, e percussão é um instrumento que você não pensa para tocar. Embora essa ocupação que a gente traz  para o pensar é também responsável, por mais que a gente esteja em férias. Nós temos um prazer em conjunto que transcende qualquer situação. E o tempo inteiro a gente  está desejando que as pessoas encontrem esse prazer, encontrem esse afeto familiar. A gente está sempre circundado pelos filhos, pelos amigos, com pessoas que gostamos, então tem algo familiar que nos envolve muito e termina, dentro dessa espontaneidade, trazendo algumas responsabilidades, não sem durezas, para os temas que espontaneamente saem.

Nelson: Também vejo os Tribalistas como uma música muito agregadora, muito gregária. Você ouve aquele som, aqueles violões, parece que tá na sala, tá no mato, tá na praia… (rs…) Parece um som que “ah, isso qualquer um faz, né?” Você sente que não é uma coisa dolorida, é prazerosa, é música de acampamento. Tem uma leveza…

Marisa: Acho que o nosso processo é leve. A gente procura manter esse prazer, essa alegria. Acho que isso acaba imprimindo porque pra gente é um prazer enorme poder estar junto! Por exemplo, cada um de nós tem suas carreiras, todo mundo batalhando o dia a dia, viajando por aí, fazendo seus shows, então é quando a gente pode se encontrar e descarregar aquele peso das costas e dividir isso (rs…). “Tem o Arnaldo, tem Brown? Ah que beleza!” Você contar com o time todo ali e poder somar em vez de estar ali sozinha, isso é um alívio e um privilégio.

Arnaldo: E é engraçado como a música dos Tribalistas tem uma personalidade própria, que eu não faria no meu trabalho solo, nem Marisa, nem Carlinhos. Tem uma cara, uma linguagem ali que a gente mesmo se surpreende quando ouve o que gravou. A gente  fala: “Nossa, a magia tá aí!”

Nelson Diáspora é uma das músicas que mais me chamaram a atenção quando ouvi, porque há 15 anos, na época do primeiro Tribalistas, certos temas sequer existiam. As ocupações urbanas, os refugiados, a ocupação de escolas… Antes falava-se de diásporas africanas, judaicas, já estabelecidas na História, mas isso virou um tema que ganhou  uma urgência, uma inevitabilidade.

Brown – O tema da diáspora não é momentâneo, ele parece cíclico, persiste. Para nós aqui, todos nós, até brasileiros, tem muita gente que veio fugido da guerra. Eu  sou baiano e vivo muito uma cultura dos galegos que fugiram da Guerra Civil espanhola, da Galícia… Mas meus outros avós também fugiram da seca. Isso gerou nas cidades um conceito de coesão, mas também de estranheza. Mas Tribalistas quer dizer tudo isso, que nós somos uma aliança constituída pela música.

Nelson: Tem algumas músicas nesse disco com temáticas que não estavam, não poderiam estar, no Tribalistas 1, que era uma coisa mais  leve de um modo geral. Mas  ao mesmo tempo tem também músicas levíssimas como nem no primeiro Tribalistas tinha. Músicas como Os Peixinhos (em parceria com Carminho), delicadíssima, que, por contraste, acaba valorizando mais as “canções de guerra”, como Diáspora e Lutar e Vencer.

Marisa: A gente identificou três polos temáticos. Então é um disco tripolar! (rs…)

Nelson: Tripolar! Isso é ótimo! Vocês são um grupo tripolar!

Marisa: Um é esse foco dos assuntos coletivos, das coisas que a gente está vivendo hoje e fazem parte do dia a dia e aparecem como um reflexo natural ali nas músicas. São as canções   que  falam   desses   assuntos  mais   políticos,   mais   cotidianos, do  momento, crônicas do nosso mundo contemporâneo. E tem um outro lado que é mais existencial mesmo, que é Ânima, mais profundo, mais individual e reflexivo, como Fora da Memória. E o terceiro é o campo amoroso, que aparece em Aliança e Feliz e Saudável. Um campo que é uma questão na vida de todo mundo, que é coletivo também mas fica no meio do caminho entre o coletivo e o individual. Eu acho que tem um pouco esses  três polos.

Arnaldo: Uma coisa dá contraponto à outra. Tem um equilíbrio

Nelson: Você ouvir uma música dura como Diáspora e depois uma coisa tão leve e amorosa como Aliança, que é uma música de casamento, o verdadeiro sentido de aliança. E as pessoas pensam que é um anel no dedo, né? (rs…)

Marisa: É você ter um aliado…

Nelson: Duas pessoas que se aliam para uma coisa. Isso é o que sempre vi como o sentido de aliança e raríssimas músicas expressaram tão bem, com o que isso tem de leve, de bonito, de natural… É totalmente idealizado. Isso enche o coração das pessoas também.

Brown: Há 15 anos o Tribalistas era um bebê que agora está adolescente! (rs…)  A  gente terminou vendo guerras, nós vimos insatisfações, vimos várias coisas que terminaram sendo absorvidas nas temáticas de uma forma intuitiva. Mas acredito que nós continuamos apartidários e colaboradores nesse servir prazeroso. Isso é um delírio emocional bonito que a gente fica tentando explicar, mas a arte não se explica. Eu acho que toda essa cadeia de desejo, de envolvimento, ela vai vir no sentimento de cada pessoa: quem vai casar primeiro, eu ou o cara que estava ouvindo o disco? Nós vamos nos casar através da música! (rs…)

Nelson: Uma coisa que o público de música tem curiosidade em saber  é como  se faz uma música com cinco pessoas? Como é essa mecânica?

Arnaldo: Tem muitos jeitos, às vezes parte de uma harmonia, às vezes de uma melodia, de um pedaço de letra…

Brown – Se por exemplo Marisa, que toca um bom violão, começa a tocar, se inicia ali um processo de construção.

Arnaldo: Tem um registro muito bacana disso num DVD da Marisa (Barulhinho Bom), em que a gente está junto por acaso, um encontro pré-Tribalistas. A gente começa a compor ali na hora e é um momento muito interessante porque mostra como aquilo realmente começa, assim do nada!

Marisa: É igual a jogar baralho. É um jogo, uma brincadeira…

Nelson: Volta duas casas!

Marisa: Volta duas casas, abandona, mela o jogo, começa de novo… Pra isso precisa ter intimidade, admiração… Pode surgir de um assunto qualquer. A gente está falando de uma pessoa, de um personagem, uma frase engraçada que alguém falou… Qualquer coisa pode ser a fagulha que dá início a uma história. Ou alguém nos traz algo. O Pedro Baby trouxe uma música e a gente fez a letra com ele. Às vezes eu venho com uma letra, às vezes o Arnaldo vem com uma melodia, por mais que todo mundo pense que “ah, o Arnaldo é um poeta!”… Mas ele também faz música, como eu também faço letras. Os papéis se alternam… É que nem um jogo de tabuleiro onde o objetivo é terminar e fazer uma música no final. Pra isso precisa ter intimidade, respeito, admiração… porque você não vai fazer uma música com uma pessoa que você não curte.

Arnaldo: Um serve de impulso ao outro! Às vezes alguém joga uma ideia que acaba não servindo, mas por causa dela alguém cria uma outra ideia que entra na música. Então é um processo muito dinâmico…

Marisa: E acho que nós três somos generosos com a criação. A gente abre, a gente divide, a gente gosta disso.

Arnaldo: Porque na composição coletiva você tem que saber contribuir, mas tem que saber também abrir mão. Às vezes reivindicar, defender, às vezes largar uma coisa de que você gosta… E deixar a música ir para onde tem que ir. Isso é exercício coletivo.

Marisa: Outro dia me disseram uma coisa que achei muito interessante: tem que ser generoso não só para dar, mas também para receber. Se você não for generoso, você não consegue receber. Quando terminamos de compor, a gente tinha esse universo de canções e percebemos que não era um disco que poderia ficar esperando para ser gravado. E que ele seria mais potente com os três gravando juntos. Porque se eu cantasse Diáspora no meu disco, não ia ter a potência deles  junto comigo. A gente fez  20 músicas, então ficaram de fora dez que eu vou gravar, o Arnaldo vai gravar, o Carlinhos vai gravar, alguém vai gravar, porque elas não tinham essa característica de parecerem mais fortes com os três juntos.

Arnaldo: Como no primeiro havia a música Tribalistas, com os versos “os tribalistas já não querem ter razão“, nesse disco também tem uma que é uma voz coletiva nossa: “somos todos eles da ralé da realeza, somos um só / somos um só, um só / 123, somos muitos, quando juntos / somos um só, um só”.

Brown: Acho que está realmente na delícia de se encontrar, na delícia do coletivo!  Nesse respeito que é mútuo, nesse ouvir, nesse silêncio que é necessário, porque minha realização de pensamento, de estrutura, está muito no que o outro vai dizer. Porque ele passou por aquilo, ou porque ele está vendo aquilo de um lugar que tem muito mais espaço e densidade. A coisa da tristeza ou de uma saudade do futuro, torna-se mais maleável, mais doce, porque a gente parou para entender o pensamento do outro.

Nelson: Vocês acrescentaram outros elementos nesse combo, nessa sonoridade. Como o Pretinho da Serrinha, que é de uma outra escola musical, um tipo tão especial de criatividade, de linguagem… Como é que apareceu o Pretinho nos Tribalistas?

Marisa Pretinho é da turma, né? Apareceu numa varanda com seu cavaquinho e entrou na roda! Ele e o Pedro Baby passaram para nos visitar em um desses encontros na Bahia, ficaram conosco dois dias e acabaram entrando no disco com duas músicas. As pessoas que estão no disco, tanto os dois como a Carminho, estão como autores, porque acima de tudo o disco é um registro autoral.

Nelson: E a Carminho, como entrou?

Marisa: Já havíamos gravado juntas uma música que eu e o Arnaldo fizemos para ela, Chuva no Mar. Eu tinha umas coisas começadas com a Carminho e aí a gente compôs Trabalivre, uma música sobre relação com o trabalho, que inclui o autoconhecimento e o aprimoramento pessoal, e ao mesmo tempo a necessidade de subsistência, de você se sustentar. O trabalho não é apenas emprego, o trabalho é a construção da vida. Mas ao mesmo tempo o que a gente procura fazer é o “trabalivre”, que é esse trabalho voluntário, amoroso, por vontade, pelo privilégio de fazer o que gosta, com quem você quer. Isso é o ideal, não é? A Carminho me disse: “Portugal tem tantos cantos de trabalho”. E eu falei: “no Brasil também”. E aí a fizemos juntas essa música falando desse assunto; primeiro a melodia, e depois a letra, por acaso, por coincidência… Arnaldo e Brown não sabiam que eu e Carminho estávamos falando disso…

Arnaldo: É, foi mesmo uma coincidência… A gente também começou a fazer uma letra sobre o trabalho quando Marisa veio com essa informação: “a nossa música tem a ver com cantos de trabalho”!

Marisa: A Carminho também trouxe um início de outra música, uma ideia, Os Peixinhos, uma música que a gente começou aqui no Rio, depois eu levei meio pronta e  a gente fez a letra junto na Bahia. Veio o primeiro verso, que eu acho inclusive que é da Carminho (cantarola): “os peixinhos são…” A gente foi indo e depois Arnaldo e Brown terminaram. E eles ainda nem conheciam pessoalmente a Carminho.

Arnaldo: Depois ela participou do meu DVD gravado ao vivo em Lisboa.

Marisa: Ela entrou na turma assim, entrou na onda, ela veio aqui gravar, veio visitar a gente bastante no estúdio, e acho que pra ela também é uma experiência única. Em Portugal, que é um país pequeno e com uma música muito típica (o fado), a Carminho é grande. Mulher que se relaciona bem, viaja o mundo todo e eu sinto que ela tem vontade de romper essas fronteiras. Ficou bem clara a naturalidade com que ela encontrou a gente aqui. E a comunicação dela, o jeito dela se colocar, faz dela uma mulher do mundo.

Nelson: Em Portugal querem que ela seja só uma fadista, na tradição da família dela, e ela é muito mais que isso!

Brown: Os países, ou até cidades, tornam-se demasiadamente tradicionais, e passam a cobrar dos seus artistas que eles sejam uma manutenção daquelas veias estéticas já estabelecidas. Isso quando o artista é novo, e ela não deixa de ser. Como o Pretinho da Serrinha. Ele não está sozinho na música, a família dele é da tradição do jongo. Você vê que em Diáspora a gente começa com uma célula do jongo, tocada com um instrumento que é o karkabou, da África marroquina. É isso que as tradições estão de um certo modo nos cobrando, que elas sejam mantidas, dentro de uma estética que encontre os seus parceiros e a renovação necessária para a evolução.

Arnaldo: Ao mesmo tempo a gente traz o poema de Castro Alves, o trecho do Guesa, do Sousândrade, que abre a música; traz outras informações que fazem com que essa mistura fique potencializada.

Nelson: A poesia do Sousândrade é moderníssima até hoje, mesmo escrita em 1850. Outra canção que tem esse espírito mais do momento cotidiano, da crônica social, é essa da ocupação das escolas. Como é que ela surgiu?

Marisa: Tanto eu como o Arnaldo participamos um pouco desse momento. Quando aconteceram as ocupações, eu fui visitar no Rio e o Arnaldo em SP. A gente percebeu que essa geração mais nova é bem melhor que a nossa, porque a gente cresceu na ditadura, onde não havia associação nenhuma, de nenhum tipo, de estudante, de bairro, de nada! Então você vê como eles já conseguem se organizar, têm mais consciência política e como estavam ali batalhando por uma causa muito nobre. Eram garotos de 15, 16 anos dormindo na escola, lutando por seus direitos, pela educação, nesse momento tão polarizado, em que você é ou não é; como num sistema binário, só existe zero ou  um: se você não é uma coisa, então você é outra radicalmente oposta Ao mesmo tempo, estamos num momento de ruptura política, dando um xeque-mate no sistema todo e existe a vontade de criar novos horizontes …

Nelson: Novas formas de se expressar, de exercer o poder.

Marisa: A gente não quer os velhos líderes, os velhos símbolos. A gente quer líderes, mas não são os velhos líderes, a gente quer os símbolos, mas não os velhos símbolos. Temos essa busca de novas orientações para tudo isso. “Vencer um ao outro, assim não dá, o negócio é vencer a si mesmo”. A gente tem que se superar em cada um de nós, e não ficar lutando um contra o outro. Essas mudanças começam em cada um!

Arnaldo: Vivemos esse momento de antagonismo. A gente vê intolerância de muitos lados, a internet é o reino disso, as redes sociais com os haters… Eu acho que tem várias músicas no disco que valorizam essa maleabilidade das pessoas. Você pode mudar de opinião, como em Feliz e saudável

Nelson: Essa é uma música muito provocativa. Como ousa alguém se dizer feliz e saudável nos dias de guerra em que vivemos? Não pode, não é possível! Desperta um ódio…rsrs

Marisa: Na verdade, feliz e saudável porque a pessoa é capaz de rever suas posições. Eu posso me arrepender justamente porque eu sou feliz e saudável.

Brown: É bonita essa ligação do feliz e saudável com a ocupação. Na minha geração chamava-se de invasão. A gente pegava algum lugar, uma casa, e gerava o que se chama de novas favelas, mas com o intuito de que ali houvesse escola e postos de saúde, ações sociais… Não pela visão do dirigista, mas sim de que a coletividade pudesse ocupar aquilo. Isso sim é feliz e saudável, porque nós não podemos esperar que a educação seja formatada apenas pelos desígnios políticos. As novas gerações estão preparadas porque elas estão fazendo um tipo de ocupação que não é apenas do imóvel, mas uma que diz: “olha, eu estou ocupando meu pensamento com a possibilidade de que o mundo vai ser melhor.”

Marisa: E de tomar para si uma causa coletiva, algo que é público, algo que ao invés de não ser de ninguém, é de todos nós.

Arnaldo: A gente cresceu  na ditadura,  era criança na época da contracultura, nos  anos 60. Depois, nos anos 70, a gente já era meio adolescente e viveu uma série de conquistas que vieram dali e permaneceram, que ficaram como valores que não têm mais volta: a preocupação ecológica, as conquistas comportamentais, a liberdade sexual, enfim, o direito das minorias. A gente viu tudo isso acontecer… E, de repente, a gente passou a viver uma época de vários retrocessos. Coisas que a gente achou que já não existiam mais começaram a voltar, então isso tudo é assustador. E aí tem uma juventude defendendo a escola, que é talvez o valor mais importante, mais básico, para se pensar um futuro melhor… A gente se empolgou com isso. Eu acho que é um motivo inspirador.

Nelson: E os filhos, de que forma a convivência e a experiência com eles, o que eles trazem para casa, contribuiu para essa visão de vocês?

Arnaldo: Eles estiveram presentes o tempo todo lá na Bahia. Meu filho Brás participou de uma das músicas, deu sugestões de letra, acabou entrando como parceiro. Mas o tempo todo havia também o Tomé (meu outro filho); Miguel e Chiquinho, de Brown; o Mano e a Helena, de Marisa. Enfim, nossos filhos estão sempre presentes…

Marisa: Isso já faz parte do cotidiano deles. Contei que outro dia estávamos aqui em casa eu, a Adriana Calcanhotto e a Teresa Cristina quando a Helena chegou e falou: “vocês todas são cantoras ou alguém aqui é normal?” (rs…)

Nelson: Vocês têm planos de shows ao vivo?

Marisa: A gente não tem muito plano, não… A gente tem muitos sonhos. Muitos sonhos, poucos prazos e poucos planos! Vamos ver… A gente se encontrou no ano passado no palco, eu fui fazer show em Salvador, eles apareceram pra dar uma canja e foi lindo! Foi muito poderoso.. Quando rolou foi surpresa total, ninguém sabia! E quando os dois chegaram, parecia um gol do Brasil, final de Copa do Mundo, tipo pênalti. Mas essa pergunta já tem 15 anos: “vai ter mais? vai ter mais? vai ter mais?”

Nelson: E ali começou o Tribalistas 2..

Brown: Realmente não era uma coisa que estava no plano da nossa turma ter, mas está tão gostoso, surgiu com uma força e uma espontaneidade …

Marisa: Na verdade, a criação tem vida própria. A gente não manda muito nisso não, a coisa acontece. A gente pode disponibilizar tempo, disponibilizar vontade, violões, letras e melodias, papel, caneta… mas a coisa tem vida própria, ela que manda, não é?

Arnaldo: A gente também nunca parou de compor. Se aconteceu de fazer uma outra gravação juntos, um projeto mais concreto juntos, é porque chegou esse momento, e a gente não podia forçar e antecipar isso por causa da expectativa dos outros. A gente sentiu que era a hora. Enfim, o próprio volume de composições que tínhamos ajudou…

Nelson: Me falem sobre a música Baião do Mundo

Arnaldo: É uma coisa de chamar importância para uma questão que se tornou essencial diante da escassez, de quando a Cantareira esvaziou… É uma questão que está aí há anos, é mundial. Mas na música a gente explora um ponto de vista celebrativo da água, do poder da natureza.

Brown: Festejar a água. A gente quer ver as coisas melhorando, e eu acredito muito no planeta. Eu estou falando como indivíduo, mas não é diferente no coletivo. Nós continuamos acreditando, nós não desistimos deste lugar chamado planeta Terra, onde precisamos de água, onde precisamos de coesão social, onde precisamos ver o ser humano como pássaro, entende? O pássaro passa por cima das fronteiras. O cara não fica lá: epa, cadê seu passaporte? (rs…) Tô aqui, meu amigo, voando! Ele larga a “caca” dele lá de cima e já é uma semente, já é uma nova flor que brota, é uma nova árvore.

Arnaldo: Somos otimistas! Na hora que a gente tem o refrão “Where are you? Where are you?“, é o personagem que perde o familiar e o está procurando, mas é também a gente falando pra qualquer ouvinte, “where are you?”

Brown: Vambora! Tamos juntos!

Arnaldo: Uma questão que está aí pra todo mundo: qual o seu papel no planeta, na sociedade?

Brown: Está fazendo o quê? Só está reclamando?

Marisa: Tomara que esse novo trabalho traga alegria pra muita gente.
Brown: Pra muita gente!

ARTEFIREACCUA – Incinerando o Inferno

plataformasOs quatros elementos da natureza são a inspiração de Carlinhos Brown no novo disco ARTEFIREACCUA – Incinerando o Inferno. Disponível nas principais plataformas digitais, o 15º álbum solo de carreira do artista traz 11 canções autorais e inéditas, com direção e produção musical assinadas por ele. “O disco traz o ar, a terra, a água, o fogo e também o metal com a percussão. Só a natureza pode incinerar inferno. Só estes elementos para diluir o que não nos interessa”, conta o artista. A obra, que vem sendo elaborada desde o ano passado, apresenta ainda um Carlinhos Brown multi-instrumentista e compositor de canções. “Amar é bom e o amor vem do fundo do baú”, pontua o artista, que elegeu como música de trabalho Dois Grudados, uma canção que fala sobre o amor.  O single já está disponível para download nas plataformas digitais iTunes, Spotify e Deezer.